domingo, 25 de novembro de 2012

Undisclosed Destination

Para mostrar que esse blog não é só papo, um pouquinho de um camping e trekking que fiz nas mediações da face norte do Parque de Itatiaia. 
O motivo de não relevar o local, é que essa região ainda não foi explorada pelo turistas predatórios e especulação imobiliária, então, os convidados são pessoas que realmente respeitam a natureza, a vida rural, seus moradores e querem tranquilidade. 


Existem dois tipos de automóveis por lá: fusca e 4x4. Não consegui registrar os trechos mais acidentados da estrada, mas posso dizer que a estrada de terra tem seus momentos "parque-de-diversão". 
O local para onde iríamos passava por vários centrinhos bem bonitinhos, mas toda a região é dominada por pastos e áreas preservadas ou que estão sendo reflorestadas.
Depois de uma curva aparece essa cachoeira maravilhosa. É claro que ficamos tentadas a descer, mas precisávamos achar o local para o camping antes de escurecer.
Depois que achamos o local do camping, nos assentamos e começamos a preparar o almoço, isso já era 15h. Nos demos vários luxos já que o carro ficaria do nosso lado. Levamos cadeira de praia e churrasqueira. Nessa viagem ninguém levou macarrão, molho de tomate e atum em conserva.
Esse primeiro almoço foi feijão carioca, arroz, farofa com paio e azeitona preta,  salada de tomate, cebola e cenoura, carne desidratada (jerky) e pão de caçador, ainda fizemos sobremesa de banana assada com ameixa e castanha do pará e bebemos vinho.
No segundo dia comemos lentilha com legumes, salada de tomate e cebola.
No terceiro dia comemos lentilha com arroz e queijo curado.
O café da manhã tinha café, sopa de saquinho e pão com queijo curado.
Além disso, sempre tinha água quente para um chá.
Durante os passeios levávamos biscoito de maizena, farofa, carne desidratada, uva passa, polenguinho e ameixas. Cardápio totalmente saudável e fácil de fazer e barato.
A espiriteira foi feita a partir de dois fundos de latas de refrigerante e colocada entre dois troncos para servir de apoio às panelas. O combustível era álcool que conseguia ferver 1L de água. Cozinhou até demais o arroz. Na churrasqueira colocamos o pão de caçador e esquentamos o feijão.
Receita do pão de caçador: farinha, fermento, sal e água morna bem misturados, não precisa esperar a massa crescer ou descansar, vai direto para a brasa.
Para acender a brasa usei algodão com parafina.
Deixo a dica de duas empresas que vendem feijão, lentilha, grão de bico, seleta de legumes prontos para consumo.  É só o grão ou legume, sal e água, sem conservantes, e o grão é tão bem cozidinho que nem faz falta alho e cebola.





Você vê aquelas montanhas atrás de mim. É para lá que  iríamos. A altitude no camping era de 1400m, aquele morro atrás de mim teria uns 2000m. Detalhes da foto: a calça que uso é da Bihai Adventure, que vem para suprir a demanda de vestúario esportivos e garimpar acessórios bacanas para as aventuras. Completa o visual o bastão da Guepardo que me ajudou muito nesse circuito que durou 7h.
Nossa trilha era bem delimitada porque era passagem das cavalgadas da região, além disso toda área era dividida em área de pasto e floresta.

Os marcos de orientação eram as porteiras e cercas de arames, enquanto a encontrássemos estaria tudo bem.

Chegada ao topo. Felicidade suprema. Lindo visual do vale, mas ali era só a metade do caminho. Ainda tinha muita porteira e cerca de arame para passarmos.
No final do circuito, às 16:30 um merecido banho de cachoeira. A água fria aliviou minhas dores no joelho e deu um gás para o retorno.


Existem lugares onde Deus está mais presente. E nesse trecho do Brasil conheci pessoas que amam sua terra e cuidam dela com carinho, além de tratarem muito bem o turista.

As boas aquisições para essa viagem foram:


1. Calça Bihai Extreme: feita de polyester e algodão tem a trama rip stop. Eu tinha comprado para usar nesse primeiro dia de caminhada, mas à noite fez tanto frio, que precisei usá-la para dormir. foi minha opção de calça para o acampamento e viagem.
2. Calça Bihai Soft: cumpre o que promete. Leve e de secagem rápida, tinha um cadarço interno que ajustava a calça na cintura. Depois que saí da cachoeira e a vesti não ficou aquele tecido pesado e incomodo nas pernas.
3. Bastão de caminhada da Guepardo: deu aquela mãozinha nos 2000m que subi e depois desci, além disso me deu um bom apoio na hora de transpor o rio, o grip é confortável e a trava funcionou sem problemas. Em relação aos concorrentes é um pouquinho pesado e no final da caminhada já tinha cansado meu braço, mas foram 7h andando.
4. Essa eu não comprei peguei emprestado, mas a lanterna recarregável falcon, também da Guepardo é boa, não pesa na cabeça e o foco abre e fecha o que ajudou muito a cozinhar de noite e achar as coisas dentro da bar e claro a luz ficou super forte.

O que não deu para testar direito:


1. Faca Police: não foi apropriadamente testada por falta de atividades que a exigissem, mas cortou um tronco pequeno para ser um apoio na churrasqueira, cortou as latinhas de refrigerantes para fazer a espiriteira e ajudou a cortar mais rápido os legumes.

2. Relógio sensor climático da Guepardo: não consegui configurá-lo a tempo e o manual vem escrito com letras minúsculas, só usei o altímetro, mas como não tinha a carta topográfica do lugar, só um mapa simples, o marco zero foi na portaria da meu prédio, nada muito preciso.

O que não deu para testar

A rede com mosqueteiro amazon da guepardo: não tinha árvore ou lugar para apoiá-la.


P.S: Apesar de vários produtos da Guepardo, eu não ganho nada para falar do produto deles. Há um tempo uma das colaboradoras do blog ganhou uma promoção e recebeu alguns equipamentos como prêmio, eu usei como a lanterna e o sensor, os outros comprei. Honestamente acho que a marca é boa e tem um bom preço, por isso ela aparece tanto por aqui.



terça-feira, 6 de novembro de 2012

Preparação para o Caminho

fonte: http://migre.me/bBRQJ
Meu post fugirá um pouco do tema Montanhismo. Estudando o tema sobrevivência em floresta e auto-sustentabilidade entrei em contato com um modo de vida muito peculiar; os Preparadores e Sobrevivencialistas tem m ponto de vista muito interessante.  Eles sustentam a ideia de ter várias fontes de energia, comida, abrigo, segurança, etc e não depender exclusivamente do Estado. Eles se planejam para eventos inesperados e de emergência.

Um programa da NatGeo, “DoomsDay Prepers” ( Preparadores do Fim do Mundo), mostra a faceta de alguns sobrevivencialistas americanos e canadenses, que gastam fortunas em suas preparações como estocagem de comida e água potável para mais de um ano, construção de bunkers, defesa de perímetro com armas de fogo, aquisição de roupas especiais em caso de pandemia, ataque nuclear, mas a maioria que se expõe em vídeos e blogs não é extremista e nem se prepara para colapsos mundiais, mas para situações de desastre ambiental ou financeiro de seus locais de moradia.

fonte: http://migre.me/j94Lc

Todos eles extremistas, moderados e inciantes fazem uma avaliação de risco de seu ambiente e dali partem para a preparação. Isso me pareceu tão precavido e interessante porque eles acabam por desenvolver habilidades para criar ambientes auto-sustentáveis ou quase lá.
Eles se perguntam:”E se uma tempestade tropical atingir a minha cidade? O que devo fazer para me manter são e salvo durante e após o evento?
 E Se numa crise financeira, eu perder meu emprego e minhas qualificações não são mais suficientes para o novo mercado que surge. Como farei para sobreviver nesse período de contenção de despesas”?
E várias outros cenários de emergência surgem, eles chamam isso de SHTF (Shit ou Stuff Hits The Fan), traduzido, quando a merda bate no ventilador, ou toda situação que para você pode ser de desastre e que pode mudar o rumo da sua vida.
http://americanpreppersnetwork.com/path-of-the-prepper
Nos acostumamos muito rápido com a prontidão da modernidade, e esquecemos de pequenas habilidades que proporcionaram aos nossos avós uma independência das grandes marcas, das lojas de departamento, dos serviços essenciais do Estado etc.
Lembro que minha mãe tinha uma despensa com os principais itens da cesta básica que duravam meses, isso porque nos anos 80 a inflação era muito alta e o dinheiro não tinha muito valor. Minha mãe sabia produzir alimentos como iorgurte e bebidas como licor, além de saber costurar, também fazia pequenos reparos na casa para economizar dinheiro e proporcionar a mim e meus irmãos moradia, lazer e estudo de qualidade.
Atualmente, as idéias dos sobrevivencialistas estão na moda à medida que fazer uma horta e criar pequenos animais em casa se torna uma saída para os alimentos cheios de veneno, alguns sabem como captar e estocar energia solar e eólica e assim ficam com energia em caso de apagão, reciclam e reutilizam garrafas PETs diminuindo o volume de lixo. Por esse ângulo de observação esse modo de viver parece um resgaste a um modo mais simples e naturalista de viver. 
fonte: http://migre.me/bBSNW
Os preparadores não são ermitões em ambientes rurais, ao contrário, eles criam pequenos grupos, onde cada indivíduo tem uma habilidade que beneficiará o grupo, mas cada um faz a sua preparação individual e quando ocorrer o SHTF eles se juntarão para ficarem mais eficientes. Os preparadores também fazem suas preparações nas grandes cidades, mas se preocupam em ter um local externo se caso a vida na cidade se tornar insalubre.
E quando surgiu isso? Desde sempre. Me parece que a conscientização nos EUA e na Europa ocorreu após a Segunda Guerra e se intensificou no período da Guerra Fria. Eu vejo mais os vídeos de preparação para situações de emergência dos americanos. O Norte da América é uma terra com um cardápio variado para eventos naturais catastróficos, e não é por castigo de Deus, é que sua posição é infeliz. Lá eles têm terremotos de grande magnitude, ventos e chuvas fortes com vários graus de força, quatro estações do ano com temperaturas que oscilam estupidamente, enchentes, pragas, poluição ambiental excessiva e uma cultura de massa hipnotizante para o consumo e descarte que leva a uma produção estratosférica de lixo. Logo eles tem que se preparar para essas emergências.
 Nós brasileiros temos também nossos preparadores e sobrevivencialistas, muitos sem essa identidade, mas aqueles que habitam no semi-árido, caatinga, cerrado criaram técnicas de preservação de alimento muito eficientes como a carne seca, charque, carne de sol, rapadura, doces de frutas no tacho, farinha de mandioca, estocagem de grãos, caça, identificação de plantas medicinais e por aí vai.
Moendas dos engenhos, século XVI - Ilustração: autor desconhecido
Carne de Sol (fonte:http://migre.me/bBViv)

Há também o grupo consciente dessa necessidade de estar pronto para qualquer situação e disponibilizam na rede vários artigos muito úteis sobre preparação.
O assunto é muito rico, eu, particularmente, estou tentando reproduzir as técnicas de desidratação de alimentos em forno convencional e produção de compotas para diversificar os alimentos que levo para o mato, porque depender de alimentos industrializados está muito caro.