fonte: http://migre.me/bBRQJ |
Um programa da NatGeo, “DoomsDay Prepers” ( Preparadores do
Fim do Mundo), mostra a faceta de alguns sobrevivencialistas americanos e
canadenses, que gastam fortunas em suas preparações como estocagem de comida e
água potável para mais de um ano, construção de bunkers, defesa de perímetro
com armas de fogo, aquisição de roupas especiais em caso de pandemia, ataque
nuclear, mas a maioria que se expõe em vídeos e blogs não é extremista e nem se
prepara para colapsos mundiais, mas para situações de desastre ambiental ou
financeiro de seus locais de moradia.
fonte: http://migre.me/j94Lc |
Todos eles extremistas, moderados e inciantes fazem uma
avaliação de risco de seu ambiente e dali partem para a preparação. Isso me
pareceu tão precavido e interessante porque eles acabam por desenvolver
habilidades para criar ambientes auto-sustentáveis ou quase lá.
Eles se perguntam:”E se uma tempestade tropical atingir a
minha cidade? O que devo fazer para me manter são e salvo durante e após o
evento?
E Se numa crise
financeira, eu perder meu emprego e minhas qualificações não são mais
suficientes para o novo mercado que surge. Como farei para sobreviver nesse
período de contenção de despesas”?
E várias outros cenários de emergência surgem, eles chamam
isso de SHTF (Shit ou Stuff Hits The Fan), traduzido, quando a merda bate no
ventilador, ou toda situação que para você pode ser de desastre e que pode
mudar o rumo da sua vida.
http://americanpreppersnetwork.com/path-of-the-prepper |
Nos acostumamos muito rápido com a prontidão da modernidade,
e esquecemos de pequenas habilidades que proporcionaram aos nossos avós uma
independência das grandes marcas, das lojas de departamento, dos serviços
essenciais do Estado etc.
Lembro que minha mãe tinha uma despensa com os principais
itens da cesta básica que duravam meses, isso porque nos anos 80 a inflação era muito alta e
o dinheiro não tinha muito valor. Minha mãe sabia produzir alimentos como
iorgurte e bebidas como licor, além de saber costurar, também fazia pequenos
reparos na casa para economizar dinheiro e proporcionar a mim e meus irmãos
moradia, lazer e estudo de qualidade.
Atualmente, as idéias dos sobrevivencialistas estão na moda à
medida que fazer uma horta e criar pequenos animais em casa se torna uma saída
para os alimentos cheios de veneno, alguns sabem como captar e estocar energia
solar e eólica e assim ficam com energia em caso de apagão, reciclam e
reutilizam garrafas PETs diminuindo o volume de lixo. Por esse ângulo de
observação esse modo de viver parece um resgaste a um modo mais simples e
naturalista de viver.
fonte: http://migre.me/bBSNW |
Os preparadores não são ermitões em ambientes rurais,
ao contrário, eles criam pequenos grupos, onde cada indivíduo tem uma
habilidade que beneficiará o grupo, mas cada um faz a sua preparação individual
e quando ocorrer o SHTF eles se juntarão para ficarem mais eficientes. Os preparadores também fazem suas preparações nas grandes cidades, mas se
preocupam em ter um local externo se caso a vida na cidade se tornar insalubre.
E quando surgiu isso? Desde sempre. Me parece que a
conscientização nos EUA e na Europa ocorreu após a Segunda Guerra e se intensificou
no período da Guerra Fria. Eu vejo mais os vídeos de preparação para situações
de emergência dos americanos. O Norte da América é uma terra com um cardápio
variado para eventos naturais catastróficos, e não é por castigo de Deus, é que
sua posição é infeliz. Lá eles têm terremotos de grande magnitude, ventos e
chuvas fortes com vários graus de força, quatro estações do ano com
temperaturas que oscilam estupidamente, enchentes, pragas, poluição ambiental
excessiva e uma cultura de massa hipnotizante para o consumo e descarte que
leva a uma produção estratosférica de lixo. Logo eles tem que se preparar para
essas emergências.
Nós brasileiros temos também nossos preparadores e
sobrevivencialistas, muitos sem essa identidade, mas aqueles que habitam no
semi-árido, caatinga, cerrado criaram técnicas de preservação de alimento muito
eficientes como a carne seca, charque, carne de sol, rapadura, doces de frutas
no tacho, farinha de mandioca, estocagem de grãos, caça, identificação de
plantas medicinais e por aí vai.
Moendas dos engenhos, século XVI - Ilustração: autor desconhecido |
Carne de Sol (fonte:http://migre.me/bBViv) |
Há também o grupo consciente dessa necessidade
de estar pronto para qualquer situação e disponibilizam na rede vários artigos
muito úteis sobre preparação.
O assunto é muito rico, eu, particularmente, estou tentando
reproduzir as técnicas de desidratação de alimentos em forno convencional e
produção de compotas para diversificar os alimentos que levo para o mato,
porque depender de alimentos industrializados está muito caro.
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