terça-feira, 6 de novembro de 2012

Preparação para o Caminho

fonte: http://migre.me/bBRQJ
Meu post fugirá um pouco do tema Montanhismo. Estudando o tema sobrevivência em floresta e auto-sustentabilidade entrei em contato com um modo de vida muito peculiar; os Preparadores e Sobrevivencialistas tem m ponto de vista muito interessante.  Eles sustentam a ideia de ter várias fontes de energia, comida, abrigo, segurança, etc e não depender exclusivamente do Estado. Eles se planejam para eventos inesperados e de emergência.

Um programa da NatGeo, “DoomsDay Prepers” ( Preparadores do Fim do Mundo), mostra a faceta de alguns sobrevivencialistas americanos e canadenses, que gastam fortunas em suas preparações como estocagem de comida e água potável para mais de um ano, construção de bunkers, defesa de perímetro com armas de fogo, aquisição de roupas especiais em caso de pandemia, ataque nuclear, mas a maioria que se expõe em vídeos e blogs não é extremista e nem se prepara para colapsos mundiais, mas para situações de desastre ambiental ou financeiro de seus locais de moradia.

fonte: http://migre.me/j94Lc

Todos eles extremistas, moderados e inciantes fazem uma avaliação de risco de seu ambiente e dali partem para a preparação. Isso me pareceu tão precavido e interessante porque eles acabam por desenvolver habilidades para criar ambientes auto-sustentáveis ou quase lá.
Eles se perguntam:”E se uma tempestade tropical atingir a minha cidade? O que devo fazer para me manter são e salvo durante e após o evento?
 E Se numa crise financeira, eu perder meu emprego e minhas qualificações não são mais suficientes para o novo mercado que surge. Como farei para sobreviver nesse período de contenção de despesas”?
E várias outros cenários de emergência surgem, eles chamam isso de SHTF (Shit ou Stuff Hits The Fan), traduzido, quando a merda bate no ventilador, ou toda situação que para você pode ser de desastre e que pode mudar o rumo da sua vida.
http://americanpreppersnetwork.com/path-of-the-prepper
Nos acostumamos muito rápido com a prontidão da modernidade, e esquecemos de pequenas habilidades que proporcionaram aos nossos avós uma independência das grandes marcas, das lojas de departamento, dos serviços essenciais do Estado etc.
Lembro que minha mãe tinha uma despensa com os principais itens da cesta básica que duravam meses, isso porque nos anos 80 a inflação era muito alta e o dinheiro não tinha muito valor. Minha mãe sabia produzir alimentos como iorgurte e bebidas como licor, além de saber costurar, também fazia pequenos reparos na casa para economizar dinheiro e proporcionar a mim e meus irmãos moradia, lazer e estudo de qualidade.
Atualmente, as idéias dos sobrevivencialistas estão na moda à medida que fazer uma horta e criar pequenos animais em casa se torna uma saída para os alimentos cheios de veneno, alguns sabem como captar e estocar energia solar e eólica e assim ficam com energia em caso de apagão, reciclam e reutilizam garrafas PETs diminuindo o volume de lixo. Por esse ângulo de observação esse modo de viver parece um resgaste a um modo mais simples e naturalista de viver. 
fonte: http://migre.me/bBSNW
Os preparadores não são ermitões em ambientes rurais, ao contrário, eles criam pequenos grupos, onde cada indivíduo tem uma habilidade que beneficiará o grupo, mas cada um faz a sua preparação individual e quando ocorrer o SHTF eles se juntarão para ficarem mais eficientes. Os preparadores também fazem suas preparações nas grandes cidades, mas se preocupam em ter um local externo se caso a vida na cidade se tornar insalubre.
E quando surgiu isso? Desde sempre. Me parece que a conscientização nos EUA e na Europa ocorreu após a Segunda Guerra e se intensificou no período da Guerra Fria. Eu vejo mais os vídeos de preparação para situações de emergência dos americanos. O Norte da América é uma terra com um cardápio variado para eventos naturais catastróficos, e não é por castigo de Deus, é que sua posição é infeliz. Lá eles têm terremotos de grande magnitude, ventos e chuvas fortes com vários graus de força, quatro estações do ano com temperaturas que oscilam estupidamente, enchentes, pragas, poluição ambiental excessiva e uma cultura de massa hipnotizante para o consumo e descarte que leva a uma produção estratosférica de lixo. Logo eles tem que se preparar para essas emergências.
 Nós brasileiros temos também nossos preparadores e sobrevivencialistas, muitos sem essa identidade, mas aqueles que habitam no semi-árido, caatinga, cerrado criaram técnicas de preservação de alimento muito eficientes como a carne seca, charque, carne de sol, rapadura, doces de frutas no tacho, farinha de mandioca, estocagem de grãos, caça, identificação de plantas medicinais e por aí vai.
Moendas dos engenhos, século XVI - Ilustração: autor desconhecido
Carne de Sol (fonte:http://migre.me/bBViv)

Há também o grupo consciente dessa necessidade de estar pronto para qualquer situação e disponibilizam na rede vários artigos muito úteis sobre preparação.
O assunto é muito rico, eu, particularmente, estou tentando reproduzir as técnicas de desidratação de alimentos em forno convencional e produção de compotas para diversificar os alimentos que levo para o mato, porque depender de alimentos industrializados está muito caro. 


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